Seja você um aspirante a músico ou alguém que já domina um instrumento, a teoria musical para iniciantes é a base sólida sobre a qual todo o conhecimento musical é construído.

Aprender e compreender assuntos básicos de teoria musical também pode servir como um “atalho” para encontrar sonoridades, realizar experimentações ou entender como seu músico preferido atinge determinado resultado.

Pensando nisso, vamos oferecer alguns conceitos básicos para que você dê seus primeiros passos nesse universo vasto da teoria musical!

Guia definitivo de teoria musical para iniciantes: tudo o que você precisa saber para começar

Antes de mergulharmos nos detalhes mais profundos da teoria musical para iniciantes, vamos entender o seu conceito e por que ela é tão importante, especialmente para aqueles que estão dando os primeiros passos na música.

O que é teoria musical?

Em poucas palavras, a teoria musical é conjunto de conceitos e convenções estabelecidos a partir de uma determinada prática musical. Ela nos ajuda a entender como um conjunto de músicas organiza seus diferentes elementos e estabelece as relações entre eles.

Portanto, a teoria musical parte da própria prática musical. Por consequência, podem existir diferentes teorias para diferentes práticas.

Entretanto, grande parte da música que ouvimos, tocamos e estudamos pode muito bem ser analisada a partir da teoria musical estabelecida no Ocidente. Principalmente em relação aos seus conceitos e convenções mais fundamentais.

Intervalos

Antes de nos aprofundarmos em qualquer outro conceito, é crucial entender o que são intervalos. Os intervalos são, basicamente, a distância entre duas notas musicais e saber classificar intervalos vai nos ajudar a entender a construção de escalas e acordes.

Eles são classificados levando em conta duas características: o número de notas que formam o intervalo e o número de semitons que separam essas duas notas.

Por exemplo: o intervalo entre Dó e Sol. Nele estão contidas cinco notas (Dó, Ré, Mi, Fá e Sol), o que o torna um intervalo de 5ª.

Já entre as notas Mi e Fá temos apenas duas notas, Mi e Fá, tornando este um intervalo de segunda.

O semitom é, na afinação padrão da música ocidental, a menor distância entre duas notas. O conjunto de dois semitons é o Tom inteiro, ou apenas Tom.

De acordo com os semitons, os intervalos ficam classificados assim:

Identificando semitons no teclado e no violão

Para identificar um semitom, por exemplo, no piano ou teclado, basta você seguir uma tecla de cada vez (incluindo as teclas pretas). Cada uma dessas notas é separada por um semitom.

Já no violão, guitarra, baixo, ukulele e outros instrumentos de corda com divisão de trastes, o semitom corresponde a separação de cada casa. Ou seja, ao apertar casas vizinhas, você está se movendo por semitons.

Notas musicais e acidentes

Uma vez que entendemos os intervalos, vamos falar um pouco das notas musicais.

É comum sabermos as sete notas básicas (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si). Mas, se você prestou atenção, temos no total doze semitons separando uma oitava, o que nos faz concluir que temos doze notas. Na verdade, temos doze sons diferentes. As notas, como veremos à frente, podem ser mais.

Para obtermos o nome de notas que estão, por exemplo, entre o Dó e o Ré, usamos os símbolos de sustenido (#) e bemol (b). O sustenido eleva a nota em que é colocado em meio tom, já o bemol abaixa a nota em meio tom.

Faça a seguinte experiência no teclado: toque o Dó, eleve em meio tom. Você terá o Dó#. Agora toque o Ré e desça meio tom, você terá o Réb. Mas percebeu que é a mesma tecla com o mesmo som? Esse é um caso de enarmonia, quando o mesmo som possui nomes diferentes.

Elementos básicos da música

É comum ouvirmos que a música possui três elementos básicos: melodia, harmonia e ritmo. E eles realmente fazem parte dos elementos básicos, mas existem outros igualmente importantes para a experiência musical, como timbre, forma, agógica, articulação etc.

O foco no ritmo, melodia e harmonia se deve ao fato de que estes elementos podem ser contidos, sem muitos prejuízos, aos próprios termos da música e são mais abrangentes.

Melodia

O que chamamos de melodia pode ser considerado o estudo ou análise das relações horizontais entre as notas, ou seja, em sequência. Geralmente essas sequências formam as partes que cantamos ou que mais lembramos de uma música.

É preciso ter em mente que o que consideramos uma melodia pode variar de acordo com gênero musical e até com o instrumento para o qual foi composta.

Então, uma melodia para piano é diferente daquela para um coral. Por sua vez, uma melodia no samba é diferente de uma melodia no rock.

Escalas

As melodias que ouvimos são compostas, via de regra, usando alguma escala musical.

As escalas são sequências de notas que obedecem a um padrão intervalar. Entre as mais conhecidas estão as escalas Cromática, Maior, Menor e a Pentatônica.

A escala cromática é compreendida de 12 intervalos de semitom.

A escala maior é compreendida de sete notas diferentes que seguem o seguinte padrão: T-T-st-T-T-T-st

A escala menor natural é composta de sete notas dispostas no seguinte padrão: T-st-T-T-st-T-T

A escala pentatônica, como o próprio nome diz, é composta por cinco notas seguindo o seguinte padrão: T-T-T ½ -T – T ½

Harmonia

Se a melodia é a parte que lida com a relação vertical das notas, a harmonia, por sua vez, lida com a parte vertical, ou seja, com as relações que acontecem quando as notas são tocadas simultaneamente.

A harmonia é baseada na relação de hierarquia e tensão e relaxamento dos acordes.

Acordes

Acorde é a estrutura que se forma quando se combinam, ao menos, três notas (ou três alturas) diferentes. 

Esse acorde formado por três notas diferentes é chamado de tríade. Existem quatro tipos de acordes triádicos:

• Acorde Maior: formado sempre pela sobreposição de uma terça maior e uma terça menor.

• Acorde menor: formado pela sobreposição de uma terça menor e uma terça maior.

• Acorde diminuto: formado pela sobreposição de duas terças menores.

• Acorde aumentado: formado pela sobreposição de duas terças maiores.

Tonalidade

A tonalidade é o conjunto da relação das notas de uma escala com os acordes resultantes dessa escala. Ou seja, com os acordes formados sobrepondo as notas que essa escala contém.

A esse grupo de acordes dá-se o nome de campo harmônico e seus acordes podem ser identificados por meio de algarismos romanos e referidos como graus.

Por exemplo, toda escala maior dará origem ao seguinte campo harmônico:

Iº Maior – IIº Menor – IIIº Menor – IVº Maior – Vº Maior – VIº Menor – VIIº Diminuto

Esse padrão de acordes será igual em qualquer tonalidade maior.

Métrica e Ritmo

O ritmo é a resultante das diferentes durações entre as notas, ou seja, da relação entre cada nota ao longo do tempo. Já a métrica diz respeito às hierarquias e formas como esses ritmos são organizados.

Existem 7 figuras básicas que são comumente usadas para notar o ritmo:

Formas de notação

Existem diversas formas de notação da música. Assim como a teoria, cada forma de notação é derivada de uma prática e pode servir aos seus objetivos.

Por exemplo, a partitura é uma forma de notação que busca atingir uma transmissão plural, independente de instrumentos. Ela é formada por cinco linhas e quatro espaços. O que vai determinar a nota que cada linha/espaço representa é a clave.

Existem três tipos de clave: de Sol, de Fá e de Dó. Elas localizam onde cada respectiva nota está na partitura.

• Clave de Sol

• Clave de Fá

• Clave de Dó

Quanto mais alto na partitura, mais aguda a nota.

Tablatura

A tablatura por sua vez é uma forma de notação que é muito usada entre instrumentos de corda.

Ela é formada por linhas que correspondem ao número de cordas no instrumento. Por exemplo, a tablatura para violão possui 6 linhas.

No lugar das notas, a tablatura indica qual a casa e a corda em que o instrumentista deve posicionar o dedo.

Usualmente, a sexta corda costuma ser a linha mais baixa e números são usados para indicar a casa (0 sendo a corda solta, 1 a primeira casa, 2  a segunda etc). Além disso, algumas tablaturas podem conter a indicação de ritmo.

Um último exemplo de notação muito comum são as cifras. As alfabéticas que usamos no Brasil servem para indicar os acordes que devemos tocar. Elas podem ser usadas acima das letras, como fazemos no Cifra Club, ou mesmo acima das partituras e tablaturas.

As cifras correspondem desta forma aos acordes:

A teoria musical para iniciantes pode parecer um universo amplo e cada aspecto pode ser desmembrado em diversos outros assuntos.

Não pense em absorver tudo de uma vez, comece pelos assuntos que mais te interessam e vá se aprofundando aos poucos.

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